| Foto:  https://rectyty.com.br    MARCIA MURA( Rondônia, Brasil )
 
 (  Porto Velho, 1973)00,   É o  nome étnico e político de Márcia Nunes Maciel. Tañamak é seu nome espiritual  recebido por Namãtuyky. Nasceu em Porto Velho (RO) em 1973, às margens do Rio  Madeira, território ancestral mura. É autora do livro O espaço  lembrado:  Experiência de vida em seringais da Amazônia (Edua, 2012). Recebeu o prêmio  de intercâmbio cultural do Ministério da Cultura em 2010. Formada em História  pela Universidade Federal de Rondônia, tem mestrado em Sociedade e Cultura na  Amazônia e doutorado em História Social pela USP.
   AS 29 POETAS HOJE / organização Heloisa Buarque de Holllanda.  São Paulo: Companhia das Letras, 2021.  Vários autores.  Capa: Tereza Bettinardi.  ISBN 978-85-359-3437-3     Ex. bibl. Antonio Miranda
 “São poetas mulheres de todo o país, algumas  já publicadas e outras inéditas em livro. Com estilos diferentes, elas mostram  a força de uma poesia questionadora, combativa, corajosa. Uma poesia que nasce  de um corpo, que fala sobre o machismo, desigualdade, política e sobre o  país.”  [Texto de apresentação na orelha  do livro.] Recomendamos o livro, com entusiasmo. Vamos  apresentar apenas algumas autoras de poemas do livro, dentre as que  ainda não estão em nosso Portal de Poesia Ibero-americana que, em vinte  anos de edição, já está chegando aos 10.000 autores, a caminho de 50.000  poemas, além de vídeos, fotos, biografias, etc, etc. No caso presente, escolhemos apenas dois poemas de três autoras, de  regiões do Brasil menos divulgados (!!) por questões de restrições dos direitos  autorais da editora. RECOMENDAMOS aos nossos leitores que busquem o exemplar da  obra nas livrarias ou pela internet. Vale a pena!!! Lembrando que já existia  uma edição anterior — “26 POETAS HOJE”,   da época da poesia da geração marginal, onde estão algumas das autoras  desta nova edição. Livros indispensáveis para entender o nosso Brasil daquela  época e dos tempos atuais!!!
   Parece até que é Mura
 
 Na  beira do barranco às margens do Rio Madeira
 Território ancestral Mura
 Depois de 520 anos de colonização
 A mãe ralha com a filha cunhantãi
 Tu não pode ver gente que se esconde!
 Parece até que é Mura
 
 Será?
     Ancestralidade
 Antes  de eu nascer eu era chuva
 Eu era vento
 Eu era rio
 Eu era terra
 Depois que recebi o sopro de aktiparré
 Me tornei gente!
 Fui alimentada por minha avó com os frutos dados
 [ por Namutuyky
 Sou Mura!
 Meu corpo e meu espírito são alimentados com
 [ moquém
 Cará roxo! Pupunha! Puruí! Urucurí!
 Sou minha avó indígena!
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 VEJA e LEIA outros poetas de RONDÔNIA em nosso Portal:
 
 http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rondonia/rondonia.html    Página publicada em abril de 2022 
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